Páginas

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Saúde, Cigarro e Consciência.

     A mídia nos mostra a cada noticiário, documentário e quadros de saúde um organismo fragilizado pelo uso do tabaco, e este processo deixou bem esclarecido o malefício causado pela singela droga. Então por que ainda existem tantos fumantes no mundo? A conscientização foi falha? As pessoas não entenderam o recado? Ou preferem ignorar a existência de um mal em algo tão relaxante?
     No filme Obrigado Por Fumar lançado nos cinemas em 2006, há uma das melhores explicações encontradas da causa de todos os fumantes preferirem arriscar sua saúde e ignorar as recomendações médicas. A resposta para tanta contradição está na manipulação das mídias, pois é justamente esta a responsável pela propagação da visão positiva do tabagismo. A mídia desenvolveu metas e parceiras para chocar o público alvo com campanhas fornecedoras de prazer e alívio imediato aqueles que se mostram capazes de fumar em momento de lazer ou reflexão.
     Em diversos momentos do longa-metragem OPF nota-se uma familiarização constante dos personagens principais com o cigarro em momentos fundamentais do filme, como o desenvolvimento do plano perfeito adquirido pela tragada mais forte no Marlboro, ou quando a situação fica feia e o protagonista só relaxa quando traga o seu cigarro Hollywood. Estas cenas são comuns em qualquer filme, e neste rumo segue a parceria inquebrável da indústria do tabaco com a do cinema. Levando a construção de um ideal público ligado a reflexão e inteligência com o uso do cigarro.
As indústrias do tabaco demonstram grande interesse na juventude, pois é esta que lhes dará lucro nas próximas décadas, e quando esta juventude mostra-se mais diversificada em pontos de vistas, os empresários utilizam novas ferramentas, como o patrocínio em modalidades esportivas, que após alguns protestos foram proibidos em grande escala. Forçando uma nova estratégia destes empresários que agora estão atacando na construção de uma ligação entre a identidade e dos sentidos.
     O filme revela uma identidade construída nos sentimentos, baseando-se em satisfação ligada com sensação, e esta sensação é aflorada em cada trago, revelando grande prazer aqueles que utilizam a droga. E nesta simples e fácil didática, as opiniões vão se formando contra ou a favor da utilização do produto que é fabricado em todo o mundo enriquecendo os grandes empresários de forma grandiosa naquilo que se contrapõe ao ritmo de gerações ligadas á saúde e o bem estar. Nesta história o mundo entra em conflitos de idéias, os que não aderem ao tabagismo reclamam da poluição em vários sentidos e os fumantes reclamam de todos aqueles que discriminam e de todas as orientações e limitações oferecidas aos fumantes.
     Dentro de limitações e revoluções, o tabagismo desde o início de sua existência esteve ligado a grandes discussões, e discussões inteligentes sempre levam a evolução de idéias e pessoas. E neste simples raciocínio fica a esperança de uma solução agradável aos que prezam a saúde preferindo não fumar, e também aqueles que mesmo sabendo os malefícios causados pelo tabaco, buscam nos cinco minutos de tragos a reflexão e o relaxamento necessário para eles. Não escondendo de ninguém o seu prazer de poder tragar por querer.

Um comentário:

Ana Carolina disse...

Text da aula da Mirna?
rss
Olha só, nao estamos mt distantes de uma decada em que o prazer (seja ele advindo do sexo ou da conquista) está diretamente ligado ao cigarro. O cinema talvez tenha sido o maior simbolo da associaçao. E foram decadas com essa vertente, por isso nao podemos de desconsiderar tal influencia.
Mas claro, a midia tem um papel importante, mais do que isso, quase pandemico no que diz respeito a "tendencias" mas, tmb no OPF o personagem principal (que por sinal o ator é excelente) diz algo mais ou menos que o livre arbitrio tem que estar acima de tudo.