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domingo, 16 de janeiro de 2011

Memórias de Antigos Foliões


Uma tragédia como os deslizamentos que estão acontecendo no Rio de Janeiro teriam algum tipo de validade? Seria possível esperar que no próximo ano tudo isso acabe? Quanto dura a memória daqueles que assistem tudo seguro de suas residências? Quanto dura a memória de quem perdeu tudo em uma tragédia como essa?

Assistir aos noticiários sobre tanta dor e perda virou banalidade não apenas no Brasil, mas para o mundo inteiro. Sempre acontecendo fatalidades naturais ou humanas que chegam a ser incontáveis, nos fazendo esquecer algo tão chocante em questão de meses. Em alguns casos até semanas ou apenas dias.

Que as grandes mídias tem a grande responsabilidade de exibir todas as fatalidades, isso ninguém duvida, mas ela também se apropria da desgraça alheia e congestiona a mente da população com informações sensacionalistas. E este sensacionalismo satura o receptor de forma tão imensa que no final do Fantástico de hoje muitos já vão dar pouca importância para o caso dos deslizamentos.

A população vai continuar solidária, vai manter seus corações esperançosos até a chegada de outra sensação massificada. Novidade esta provavelmente será o carnaval que acontecerá no mesmo estado em que acontecem as desgraças hoje. O diferencial destes acontecimentos será apenas nos lucros ganhos e por quem será beneficiado. O capital que será desperdiçado no carnaval com as escolas de samba patrocinadas por bicheiros amigos de traficantes, na manutenção das ruas e limpeza das mesmas que serão depredados pelos brincantes, os ganhos com turismo e todo o resto do dinheiro arrecadado e gasto neste carnaval serviria para resolver grande parte dos estragos causados a poucos quilômetros da cidade maravilhosa.

A imagem ao lado ficará na nossa memória por um curto período de tempo, as políticas públicas vão tentar tapar este buraco com alguns serviços sujos e mal feitos. Enquanto milhares de pessoas nunca irão esquecer que perderam tudo por tão pouco investimento. Na memória das vítimas a dor será eterna e a cicatriz não desaparecerá nunca. 

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